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budismo


BUDISMO “Quem é que está à minha frente?” perguntou o imperador chinês Wu “Não faço a menor ideia”, respondeu o mestre Chan Bodhidharma “Quando duvido que existo, belisco-me” Dalai Lama a Jean-Claude Carrière QUESTÕES DO REI MILINDA [MENANDRO] 1. [O rei Milinda perguntou ao monge Nāgasena]: “Quem é Nāgasena? Será que, venerável, os cabelos são Nāgasena? “De forma alguma, meu senhor” “Será que os pêlos do corpo são Nāgasena? “Ó não, meu senhor!” “Então as unhas… os dentes, a pele, a carne, os tendões, os ossos, o tutano, os rins, o coração, o fígado, as membranas, o baço, os pulmões, os intestinos, o mesentério, o estômago, os excrementos, a bílis, a inflamação, o pus, o sangue, o suor, a gordura, as lágrimas, o soro, a saliva, o muco, fluído sinovial, a unira ou o cérebro na cabeça são [algum deles] Nāgasena? “Ó não, meu senhor” “Será que Nāgasena é uma forma material?” “Ó não, meu senhor” “Será que Nāgasena é sentir?” “Ó não, meu senhor” “Será que Nāgasena é percepcionar?” “Ó não, meu senhor” “Será que Nāgasena é um conjunto de impulsos mentais?” “Ó não, meu senhor” “Será que Nāgasena é estar consciente?” “Ó não, meu senhor” “Mas tal significa, venerável, que Nāgasena é forma material, sentir, percepcionar, impulso mental e consciência?” “Ó não, meu senhor” “Mas então, venerável, será que Nāgasena existe para lá da forma material, do sentir, do percepcionar, dos impulsos mentais e da consciência?” “Ó não, meu senhor” “Então eu, venerável, ao perguntar-lhe repetidamente, só posso concluir que não vejo esse Nāgasena. Nāgasena será apenas um som, venerável? Pois, onde está Nāgasena? Você, venerável, está a mentir e Nāgasena é uma palavra mentirosa. Não há Nāgasena”. Então, o venerável Nāgasena disse o seguinte ao Rei Milinda: “O senhor é um nobre educado delicadamente, educado de uma forma extremamente delicada. Se for a pé durante o meio-dia caminhando pelo chão árido e pela areia quente, andando sobre cascalho duro e sobre seixos, os seus pés vão magoá-lo, o seu corpo cansa-se e a consciência táctil emerge acompanhada por angústia. Ora, veio para este lugar a pé ou num transporte?” “Eu, venerável, não vim a pé, mas, sim, num carro.” “Se, meu senhor, veio de carro, mostre-me esse carro. Será o poste do carro, o carro?” “Ó não, venerável” “Será o eixo do carro, o carro?” “Ó não, venerável” “Serão as rodas do carro, o carro?” “Ó não, venerável” “Será o material do carro, o carro? “Ó não, venerável” “Será o mastro do carro, o carro?” “Ó não, venerável” “Será o jugo do carro, o carro?” “Ó não, venerável” “Serão as rédeas do carro, o carro? “Ó não, venerável” “Será o aguilhão do carro, o carro? “Ó não, venerável” “Mas então, meu senhor, será que o carro é o poste, o eixo, as rodas, o material, o mastro, o jugo, as rédeas, o aguilhão?” “Ó não, venerável” “Mas então, meu senhor, será que o carro existe para lá do poste, do eixo, das rodas, do material, do mastro, do jugo, das rédeas, do aguilhão?” “Ó não, venerável” “Então, meu senhor, não estou a ver o que é isso, o carro. Carro é apenas um nome, meu senhor. Pois onde é que existe o carro? Senhor, está a mentir. Não há nenhum carro. Você, meu senhor, é o principal rei em toda a Índia. De quem tem medo para estar a mentir? (…) Então, o rei Milinda disse isto ao venerável Nāgasena: “Não estou a mentir, Nāgasena, pois é por causa do poste, do eixo, das rodas, do material, do mastro, do jugo, das rédeas, do aguilhão que “carro” existe como uma denotação, um sobrenome, uma designação de uso corrente, como um nome.” “Bem, compreende o que é um carro. O mesmo acontece comigo, pois é por causa dos cabelos e por causa dos pêlos do corpo… e por causa do cérebro na cabeça e por causa da forma material e do sentir e do percepcionar e dos impulsos mentais e da consciência que “Nāgasena” existe como uma denotação, um sobrenome, uma designação de uso corrente, num nome. Mas, em termos filosóficos, o si não está aí.” (Milinda’s Questions I [Milindapañha] , Oxford, Pali Text Society, 1996, pp.36-38) O SI 2. “Então o Vacchagotta, o eremita, aproximou-se do Bem-aventurado (…) e disse-lhe: “Diga-me, Mestre Gotama, será que há um Si (attā/ātman)?” Quando isso foi dito, o Bem-aventurado ficou silencioso. “Podemos assim concluir, Mestre Gotama, que o Si não existe?” Pela segunda vez, o Bem-aventurado ficou silencioso. Então o eremita Vacchagotta levantou-se e foi-se embora. Pouco depois, o venerável Ānanda disse ao Bem-aventurado: “Por que razão, venerável, é que o Bem-aventurado ao ser questionado pelo eremita Vacchagotta, não respondeu?” Se, Ānanda, ao ser questionado pelo eremita Vacchagotta se existia um Si, tivesse respondido, “há um Si”, ter-me-ia identificado com aqueles ascetas e brahmins que são eternalistas [sassata-vāda]. E se, ao ser questionado por ele se não existia um si, tivesse respondido, “Não há um Si”, tal significaria que me identificaria com aqueles ascetas e brahmins que são abolicionistas [uccheda-vāda; niilistas]. “Se, Ānanda, quando fui interrogado pelo eremita Vacchagotta se existia um Si, tivesse respondido “Há um Si”, isso teria sido consistente com o conhecimento de que “todos os fenómenos são não-si”? “Não, venerável” “E se, quando fui interrogado por ele se não existia nenhum si, tivesse respondido, “Não há um Si”, o viajante Vacchagotta, já confuso, cairia ainda numa maior confusão, pensando, «parece que o si que eu julgava ter já não existe agora»” Gôtama, Ānanda Suta, Samyutta Nikāya 44 [Abyākatasamyutta]:10 3. “«Será que fui no passado? Será que não fui no passado? O que é que eu era no passado? Como é que eu era no passado? O que é que me tornei no passado? Será que eu serei no futuro? Será que eu serei no futuro? Será que não serei no futuro? O que é que eu serei no futuro? Como serei no futuro? Como é que eu me tornarei no futuro? Ou então, perplexo interiormente sobre o presente (…): “Sou? Não sou? O que sou eu? Como sou eu? Como é que eu me tornei? Para onde é que irei?» Quando se reflecte sem sabedoria [...] uma [...] das visões irrompe. A visão «o Si existe para mim» surge como verdadeira e estabelecida; ou então a visão «nenhum Si existe para mim» emerge nele como verdadeira e estabelecida”. Gotama, Sabbāsava Sutta, Majjhima Nikāya 2:6

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