Durante todo o ano as diferenças existem, mas na época de Natal ficam mais visiveis,com as ruas iluminadas, as lojas enfeitadas para a "caça" aos presentes, a dualidade fica mais constante, entre o bonito, aquilo que nos chega á mente e nos delicia os cinco sentidos, por outro lado é quase perverso, quem não tem um abrigo, familia, o aconchego de um beijo ternurento ao chegar a casa,a falta de comida para pôr num prato de uma criança... e ao olhar-se para as ruas magestosas enfeitadas de luz, onde o fausto parece habitar a cada instante, existe tanta tristeza , são as crianças com o nariz encontado muma montra e olhar perdido nos brinquedos que não irão ter, são os velhos que cada vez são mais são relegados para segundo plano, lá vai o tempo que eram respeitados e tinham sabedoria, as pequenas pensões não chegam para os alimentar, e embrulhados num cobertor vão conspurcando os cantos da cidade. São as pessoas sem dinheiro , a pensarem nas prendas que terão de comprar , pois se não derem algo a flano parece mal, para mim tudo isto é tão triste , tão mesquinho, onde fica o espirito de Natal, será que a maioria no dia 24 tem noção do que esta festa significa? para que serve? O Natal é quando um Homem quizer.Só que cada vez se quer menos.
É por isso que quando olho para a árvore gigante me dá um nó no estômago, enquanto penso em todos aqueles que trocariam tão esplendoroso espéctaculo por uma tijela de sopa ou o calor de uma lareira.
O Natal significa consumismo, infelizmente. Poucos são os que compreendem o seu significado. Falo pelo que conheço. Sou jovem, e aquilo que as pessoas da minha idade fazem é jantar à pressa com as famílias, para depois irem para a noite, beber copos. Triste...
Yeap! E pessoal que trabalha em armazéns 25 horas por dia até cair para o lado, sem horas extras, apenas com um "prémio", um "incentivo", para que as prendinhas cheguem a tempo.
Mais gente que passa agora os dias por completo a trabalhar em lojas e grandes superfícies e que, com sorte, lá para as 20:00h do dia 24 hão-de sair a tempo do bacalhau.
E mais os outros que, nem uma coisa nem outra, se limitam a vegetar entra as luzes das montras e dos ornamentos citadinos contando trocos nos bolsos.
E ainda aqueles que nem uma coisa, nem a outra e nem outra são excluídos de tudo isto e vão ter direito a uma festa, a única do ano, numa qualquer estação de comboios e, barriga farta, hão-de adormecer eternamente agradecidos, debaixo de uma ponte ou num prédio abandonamdo qualquer.
O sentido de familia esta-se a perder. e tambem cada vez mais vamos passando pela miséria alheia sem nos importarmos , é como se já fizesse parte do quotidiano.