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Post Info TOPIC: Médio Oriente
lia


Esforçado

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Médio Oriente


A porcaria do sapo não me aceita o login, por isso tenho que desabafar aqui... é que não consigo pensar bem sozinha e esta coisa da retirada dos colonos da faixa de Gaza está a deixar-me baralhada... acho que deveria estar contente, mas de facto não estou. De repente comecei a achar que aquilo foi extremamente injusto para milhares de pessoas que tiveram que abandonar uma vida e um sonho - e não sei se será de algum benefício para os palestinianos... não acredito que a paz se construa sobre a injustiça e vejo injustiça na coisa, se bem que me pareça politicamente correcto (e muito tardio).

Alguém entende o que quero dizer? Alguém tem soluções?

Bêjos



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Curioso

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Realmente esta é uma situação deveras complicada e soluções nem por sombras se as tenho.

Mas imagina o que é um povo com uma identidade cultural, uma (ou mais, não sei) língua, hábitos sociais e religiosos semelhantes..., ou seja, uma Nação sem um Estado- sem um território, sem um governo...
O mesmo se passou (durante muito tempo) com o povo judeu que só a partir de 1945 é que passou a ser um Povo (uma Nação) com direito a um Estado. Só e que logo a seguir esquece o que é passar por esse drama e martiriza outros.

Não acho bem.

Mas também não acho bem que o anterior líder da OLP fosse um mega multimilionário e deixasse o seu povo na miséria, só alimentando a luta armada.

Apesar do drama das famílias desalojadas, concordo com a retirada da faixa de Gaza, o problema é que se trata de um pequeno território comparado com o que está ocupado pelos colonatos judeus. Mas muitas jogadas estão por trás que desconheço, uma delas é a questão da distribuição da água, que nesta área do globo vale tanto, ou mais, que o petróleo. Israel controla o abastecimento/as condutas de água e será que vai dispensar canais desse líquido precioso aos Palestinianos? Em troca de quê?





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Grande Administrador

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A infelicidade de tudo isto é o facto de dois povos não conseguirem cohabitar um espaço...


Realmente assiste-se a uma nova vaga de "desenraizados", especialmente crianças que não vão deixar nunca de ter na memória os momentos trágicos por que passaram - futuros suicidas? A ver vamos...


Por outro lado, os colonatos sempre foram uma forma de intrusão num território e num povo. Sabemos que se os colonos tinham todos os direitos de cidadão israelita, os colonizados, por seu turno, tinham apenas direitos de animal.


A situação tinha, de uma forma ou de outra, que ser resolvida - caso contrário, só se agudizaria.


É dramático, sim, não é justo que crianças continuem a pagar pelos pais, não é justo que cidadãos paguem pelos governos.


Mas, por outro lado, não consigo deixar de pensar que ops palestinianos têm o direito à sua terra e à sua liberdade. Vamos ver se sabem aproveitá-la.


Pode ser que um dia os dois povos vivam, finalmente, em paz - e, quem sabe, unidos...


 



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Curioso

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Que os dois possam co-habitar, acredito, não têm outra solução, que vivam em paz e unidos já é outra história mais complicada. É muito tempo de conflitos e desentendimentos.
A verdade é que uns dependem dos outros para obter recursos, os outros para acederem aos portos e muitas outras interdependências naturais da convivência inter-estatal.

Resta saber se se verifica somente uma desocupação ou se algo mais estruturante como a criação de um novo Estado...

Esperemos e veremos...

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lia


Esforçado

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Sim, eu concordo com ambos: acho que os palestinianos têm todo o direito à sua terra e à sua liberdade. Politicamente - ou legalmente - a coisa parece-me bem resolvida. Mas... há o raio daquele grande mas... penso que nunca há boas soluções para más equações - e esta é uma má equação de nascença, parece-me.





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lia


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Pois... a criação de um novo estado parece-me uma outra boa medida política... duvido é que resolva a questão de fundo, porque essa tem na base um choque de mentalidades nada pacífico.

Acho, cada vez mais, que esta coisa de nações é uma treta - não entendo porque não somos simplesmente habitantes do mesmo planeta.

Bêjos

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Curioso

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Se fossemos simplesmente habitantes do mesmo planeta onde estariam os que goveram e os que se deixam governar? Infelizmente em de haver sempre quem ordena quem obedece e outros dualismos deste género.

E imagina que fossemos todos um só Povo, uma só Nação, um só Estado e eramos governados pelo Bush. Olha que é isso mesmo que ele quer

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Grande Administrador

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lia wrote:


Pois... a criação de um novo estado parece-me uma outra boa medida política... duvido é que resolva a questão de fundo, porque essa tem na base um choque de mentalidades nada pacífico. Acho, cada vez mais, que esta coisa de nações é uma treta - não entendo porque não somos simplesmente habitantes do mesmo planeta. Bêjos


 


Não acho que o problema esteja na existência de nações: estas servem para tornar a gestão mais fácil e para a existência de elites mas, em todo o caso, as fronteiras existem mesmo dentro da nossa cabeça. Creio que a existência de nações está já enraizada de forma genética, o Homem tende a pensar que é dono da terra que habita e cada qual tem o seu bocadinho.


O que me preocupa são os pan-nacionalismos fundamentados pela religião, por exemplo: a Nação Islâmica, a Nação Judaica ou Hebraica, a Nação Cristã, a Nação Budista, a Nação Hindu, a Nação seilá...


Estes tipos de nacionalismos têm vindo a ser publicitados de forma visível, especialmente pelos que apregoam o "ressuscitar da ancestralidade".


Assistimos a um fenómeno de neo-paganismo, por exemplo, em que esta "ancestralidade" não consegue conviver com miscigenações - apregoam os atributos da "raça" como forma de potenciar a vida social e económica dos povos e de obter a paz... onde já ouvi isto?


Assistimos também ao apregoar cada vez mais forte de soluções extremas como forma de "apagar" as objecções aos credos instalados mais ou menos oficialmente em cada um dos países: apela-se à unidade religiosa como forma de congregar esforços dos diversos povos da mesma religião numa "guerra santa". Falamos das "jihads" de Bin Laden e da "cruzada" de Bush, por exemplo.


Somos nós contra eles, sem sabermos exactamente quais são quais, se cruz, crescente ou bola de cristal.


É por isso que eu, enquanto ateu, sou muito interventivo nos foruns de religião. Não tenho nada contra os crentes, tenho contra a manipulação de massas que a religião utiliza para fins cada vez mais obscuros. tenho cá para mim que, cada vez mais, as diferentes religiões e a ciência se separam mais no caminho que lava a Humanidade ao Bem e à Paz.


As fronteiras, a existirem, devem ser separadoras de "unidades de gestão", não dos Povos.


A Terra não é de ninguém, é de todos.


Os Homens, as Mulheres, as Crianças que a habitam são seres únicos e indispensáveis, não recicláveis e insubstituíveis. Será difícil pensar nisto?



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lia


Esforçado

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Hmmm... não me parece que tenha que haver sempre quem governe... mas mesmo que tivesse não seria, certamente, o Bush a mandar... (depois das lulas explico melhor a minha ideia - ou talvez não, não sei...)

Beijos

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Grande Administrador

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lia wrote:


A porcaria do sapo não me aceita o login, por isso tenho que desabafar aqui...


 


Mas olha que estás a fazer falta...



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lia


Esforçado

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Creio que a existência de nações está já enraizada de forma genética

Como a existência da guerra - ou da tendência para a guerra. Pelo menos é o que dizem... eu dou por mim a pensar que é possível mudar o ADN das mentalidades se todos nos esforçarmos um bocadinho, se todos nos recusarmos a admitir estas "heranças genéticas" como inevitáveis. Bem, eu pelo menos recuso-me e tento passar isso aos meus filhos. Não sei se resultará, mas tento...

Apesar disso acho que posso concordar contigo e com a GoodMood relativamente à utilidade dessas coisas chamadas "nações" (hoje estou particularmente condescendente...), embora tenha o raio de um mau gene nómada herdado do tempo da Eva que se revolta cá dentro quando lhe restrinjo a nação ao espaço físico da nacionalidade. Falando mais a sério, acho mesmo que o principal defeito da sedentarização foi ter acarretado essa noção de nação... de repente (ao longo de milhares de anos, claro) deixámos de viver no mundo e passámos a viver em bocados de terra (agora mais cimento) com que nos identificamos enquanto indivíduos ou grupos - e lá se foi um pedaço da nossa liberdade pelo cano da evolução...

O que me preocupa são os pan-nacionalismos fundamentados pela religião, por exemplo: a Nação Islâmica, a Nação Judaica ou Hebraica, a Nação Cristã, a Nação Budista, a Nação Hindu, a Nação seilá...

Bem, mas é mesmo a porcaria dos pan-nacionalismos que é preocupante, não é? Porque é aí que nascem e florescem os grandes problemas... sem essa preciosa fundamentação não terias Israel nem uma série de outras nações nem os milhares de guerras que já tiveste. Vendo bem era capaz de ser chato...

O que não entendo é como se pode aderir tão facilmente a ideias como essa de se pertencer a um povo porque se partilha esta ou aquela qualidade mais ou menos acidental e se esquece que todos partilhamos basicamente o mesmo código genético... somos todos mais iguais do que diferentes, parece-me, por isso as grandes diferenciações soam-me a um absurdo imposto - se bem que a nação seilá me pareça irresistível.

Os Homens, as Mulheres, as Crianças que a habitam são seres únicos e indispensáveis, não recicláveis e insubstituíveis. Será difícil pensar nisto?

Acho que o difícil é pensar, não pensar nisso em particular. Nem sei porque é que nos intitulamos homo sapiens sapiens se funcionamos como baratas.

Bêjos

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lia


Esforçado

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O mais chato não é a falta que eu possa fazer, é a falta que aquilo me faz... é muito difícil ficar calada quando leio certas coisas!

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Grande Administrador

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lia wrote:


O mais chato não é a falta que eu possa fazer, é a falta que aquilo me faz... é muito difícil ficar calada quando leio certas coisas!


 


Também... aquilo tem dado é para rir...



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lia


Esforçado

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Bolas! E eu a pensar que ia ler uma resposta em forma àquelas coisas que estive a dizer! Não se defrauda assim uma cliente!

PS - já consegui lá entrar... só ainda não tive tempo de martelar tudo o que me apetece...

-- Edited by lia at 21:59, 2005-08-30

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Maçarico

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Israel controla o abastecimento/as condutas de água e será que vai dispensar canais desse líquido precioso aos Palestinianos? Em troca de quê?


Eu nestas coisas sou suspito de falar, pois já se sabe que a minha costela de revolucionário leva-me sempre a apontar o dedo aos "senhores da guerra", de preferência aos mais fortes.


Por isso, correndo o risco de ser bruto e conspirativo a mais, cheira-me que por detrás desta retirada, estão precisamente outros interesses Israelitas (já ouvi falar numa cedência daquele território aos americanos para estes construirem uma base militar), como por exemplo a possível expansão pela Cisjordânia fora, feita à laia de "transferir" os Palestinianos para a Faixa de Gaza, onde estes estarão encarcerados, que serão legitimadas pelo MEDO do terrorismo pela comunidade internacional...


Mas sei que isto é ser negativo demais. Só que já não consigo ver estes gajos fazerem coisas boas, por isso estou à espera que depois da retirada, se levante outra tempestade...



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Kaijyû Kyôdai
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