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Post Info TOPIC: Utopicamente deslocados?


Maçarico

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Utopicamente deslocados?


Este fórum tem poucos utilizadores, quer-me parecer... Sinal de que há ainda muitas mentalidades a mudar. Dos que por aqui andam, reconheço a liacz de algumas intervenções no Sapo, e o Senhor Anónimo Teixeira, que aliás me motivou a por aqui vir deambular (um grande obrigado! )...


E é por ser este Senhor aquele que já conheço melhor que me atrevo a citá-lo, como forma de início a uma discussão:


"Utopia? Concerteza... mas é de utopias que me alimento."


O que vos parece esta forma de estar na vida? Há qualquer coisa de diferente em nós, que ambicionamos a perfeição? Seremos uns desajustados por causa disso? É que são tantas as vezes que me sinto a falar para o boneco...



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Kaijyû Kyôdai


Curioso

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Tens toda a razão,
às vezes penso se não serei eu que estou errada e os outros certos... se o Mundo está neste estado deplorável será que é porque nós assim o merecemos e não há volta a dar?
Não, não me conformo com este modo de estar malicioso, interesseiro, injusto, megalómano...
Também acho que chegamos a um ponto de não retorno, só uma grande catástrofe poderá ajudar estas almas penadas.

Já Camus se sentia um Estrangeiro neste mundo... como o compreendo cada vez mais...


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É realmente desajustado... orgulhosamente desajustado.


Penso que por vezes é tão desajustado que origina dissociações. Eu, por exemplo, ando para aqui armado em "anarquista de sofá" com o computador do patrão.


Se me vires na rua, num dia da semana, sou como outro gajo qualquer: fato, gravata e um Mercedes-Benz a acompanhar - e atenção: não sou taxista.


Ao fim de semana pareço uma pessoa completamente diferente, pelo menos no trajo.


Isto para explicar uma coisa: não é tanto a aparência e a atitude que fazem de nós o que queremos ser... tem mais a ver com a coerência da actuação.


Eu considero-me uma pessoa que pensa e questiona incansavelmente. Não tenho pretensões a ter razão, somente tento conservar a lucidez - como já vi escrito algures.


Acho que é o que temos a fazer: questionar, duvidar, mas, ao mesmo tempo, crer que os outros, se não nos aceitam, pelo menos ouvem.


E depois há a subversão... deliciosa subversão (quem diria que aquele gajo, vê lá, tão direitinho e aprumadinho é que escrevia aquelas coisas?)


E, por fim, uma grande frase de um colega meu: "Eles não nos compreendem? Nós rimo-nos!"



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lia


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Realmente custa-me um bocado imaginar-te de fatinho e gravata e mercedes-benz a acompanhar sem a pastinha na mão. A pastinha faz-me ali falta, não sei... mas entendo o que queres dizer, sim... acho que podemos ser tão incómodos e construtivos de saltos altos e chapéu de côco como de avental e chave de parafusos... E acho que realmente consegues ser uma pessoa lúcida e tolerante, o que é admirável... isto para dizer ao King que há "bonecos" que ouvem muitíssimo bem e fazem eco connosco - e só por isso vale a pena não desistir!

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Pois... eu é mais caderno A4 e por vezes, laptop.


Ando a ver se consigo convencer o chefe a oferecer-me um palmtop... issp é que era!


Mas, atenção: NÃO USO GEL NO CABELO NEM PENTEADO À SANTANA LOPES.



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lia wrote:





acho que podemos ser tão incómodos e construtivos de saltos altos e chapéu de côco como de avental e chave de parafusos...


isto para dizer ao King que há "bonecos" que ouvem muitíssimo bem e fazem eco connosco - e só por isso vale a pena não desistir!





 


É... o fato e gravata são, para mim e como digo tantas vezes, o meu "fato macaco".


E quanto aos "bonecos"... nem imaginas (ou imaginas) quantos nos ouvem e quantos "accionam mecanismos" do género dos nossos...


Sabes? São os "bonecos" que, no fim de contas, fazem as revoluções... o povo está muito ocupado a sobreviver para as planear.



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lia


Esforçado

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Senhor Anónimo Teixeira wrote:


Sabes? São os "bonecos" que, no fim de contas, fazem as revoluções... o povo está muito ocupado a sobreviver para as planear.




É precisamente por isso que eu acho essencial continuar a falar para eles. Nós.

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Maçarico

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Mas, atenção: NÃO USO GEL NO CABELO NEM PENTEADO À SANTANA LOPES.


Lol, ao menos isso!...


Mas agora falando sério, a questão não é essa de aspecto ou posição social. Apenas a de como referes, haver um gosto pelo questionar e procurar soluções. Nem que seja deixar o isco para o peixe morder, acredito cada vez mais que é nestas coisas da net que as vozes se podem unir e transformarem-se em gritos lacinantes que façam doer os ouvidos ao poder.


Só que por vezes isso origina uma certa alienação... A questão é: aonde parar? Porque se pensamos demais, por vezes acabamos por não viver o momento pelo momento e perde-se o gajo, porque se estava a maquinar demais...


Olha, cá vai poema, cortesia do cafecremearoma, das lides forísticas do sapo:


"A Lucidez Perigosa


Estou sentindo uma clareza tão grande

que me anula como pessoa actual e comum:

é uma lucidez vazia, como explicar?

assim como um cálculo matemático perfeito

do qual, no entanto, não se precise.


Estou por assim dizer

vendo claramente o vazio.

E nem entendo aquilo que entendo:

pois estou infinitamente maior que eu mesma,

e não me alcanço.

Além do que:

que faço dessa lucidez?

Sei também que esta minha lucidez

pode-se tornar o inferno humano

- já me aconteceu antes.


Pois sei que

- em termos de nossa diária

e permanente acomodação

resignada à irrealidade -

essa clareza de realidade

é um risco.


Apagai, pois, minha flama, Deus,

porque ela não me serve

para viver os dias.

Ajudai-me a de novo consistir

dos modos possíveis.

Eu consisto,

eu consisto,

amém."


O autor, já não me alembra...





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Kaijyû Kyôdai


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Pois é ,eu também durante a semana devido ao meu emprego tenho de andar minimamente apresentavel, quando chego ao fim se semana é à vontade que me sinto bem . Agora há um pormenor que me disilude nas pessoas , quando ando bonitinha e por exemplo entro numa loja sou tratada com toda a deferência, se a experiência é ao fim de semana o tratamento é totalmente diferente.Agora me digam , não sou a mesma pessoa?Na verdade isso não me incomoda, eu sou como sou e não altero o meu comportamento para agradar aos outros , senão perco a minha individualidade e não gosto de ser manipuda, no entanto é o que vejo diariamente ,mesmo a nivel do meu trabalho ,trabalho directamente com o publico, os pessoas falseiam a personalidade para se fazerem sentir,ouvir para conseguirem os seus intentos e isso para mim é desgastante quando chego ao fim se semana estou arrasada,pois diariamente sou confrontada com o contrario do que acredito.



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11mjpereira wrote:





Agora há um pormenor que me disilude nas pessoas , quando ando bonitinha e por exemplo entro numa loja sou tratada com toda a deferência, se a experiência é ao fim de semana o tratamento é totalmente diferente.Agora me digam , não sou a mesma pessoa?


(...)trabalho directamente com o publico, os pessoas falseiam a personalidade para se fazerem sentir,ouvir para conseguirem os seus intentos e isso para mim é desgastante quando chego ao fim se semana estou arrasada,pois diariamente sou confrontada com o contrario do que acredito.





Pois isso é o trabalho...


Somos diariamente pagos para representar um papel e, especialmente quem tem algo a vender (um produto, a imagem, intenções...) é muitas vezes obrigado a vestir uma roupagem que não lhe serve. No entanto, não creio ser necessário irmos contra aquilo em que acreditamos.


Pode haver uma altura da vida em que, por questões de sobrevivência, somos obrigados a aceitar o que nos dão mas, se soubermos fazer as coisas, conseguimos muitas vezes ficar em lugares privilegiados para continuarmos a luta por um mundo e uma vida melhores.


Em tempos fui activista de muitas causas, vi-me na rua em luta directa. Esse tempo para mim é passado, existem e hão-de continuar a existir jovens com o "sangue na guelra" para isso. Actualmente, penso mais do que o que faço na realidade: escrevo e sinto-me bem com isso, tenho conversas, enfim... poderá não ser a melhor forma de activismo mas, no meu caso, é a possível.


O caso da deferência ao fato e gravata é real. Infelizmente. Cabe-nos a nós sabermos aproveitar essas condições...



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Maçarico

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Em tempos fui activista de muitas causas, vi-me na rua em luta directa. Esse tempo para mim é passado, existem e hão-de continuar a existir jovens com o "sangue na guelra" para isso. Actualmente, penso mais do que o que faço na realidade: escrevo e sinto-me bem com isso, tenho conversas, enfim... poderá não ser a melhor forma de activismo mas, no meu caso, é a possível.


Esses jovens... eu não os vejo. Os que existem são mal-encarados por aqueles cuja alma já não lhes pertence, que vão sendo a maioria. Há pouco campo de acção para activismos. E falta de interesse...


Acho que no fundo calha a todos, essa história de pensar mais do que agir...


A sociedade quase que obriga a que os menos atentos se deixem absorver por estes sentimentos de deixar que o aspecto de alguém influencie a sua opinião.


Claro que há que ter cuidados mínimos com a higiene, mas não é por ser aprumadinho que fulano X há-de ser melhor que fulano Y, só porque este não faz a barba.


Isto é daquelas coisas que me chateia bastante. Eu sou um tipo que não tira muito prazer do aperaltanço e sofro na pele esse tipo de juízo de valor com alguma frequência. É que ainda por cima não sou obrigado a trabalhar de fato, mas há no meu local de trabalho quem opte por tal indumentária... resultado, julgam-se melhores que eu só porque têm melhor aspecto. A verdade é que eles vão entrando e saíndo, re-colocados e coisas assim; eu vou ficando.


E claro está, eu muito mais bonito, apesar de tudo. Lol!!!


PS - faz tempo que aqui não vinha...



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Kaijyû Kyôdai


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Continuo a pensar que não vale a pena tentar mudar o mundo pois ele não que ser mudado,temos de fazer uma mudança é em nós próprios,se cada um de nós se analizar , vêr a sua forma de conduta durante o dia , se perguntar o porquê das situações que o levaram a esses actos , e quando novos surgirem tentarem modificar essas impressões vamos estar a mudar os vários comportamentos nefástos que pos vezes temos, ao fazermos isso concerteza que as pessoas que estão envolvidas no nosso meio também vão ser beneficiadas, isso para mim é partilha , amor dado ao próximo ainda que ele não se aperceba do nosso esforço de transformação e de dádiva   


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king_samsa aka jigoku wrote:





Esses jovens... eu não os vejo. Os que existem são mal-encarados por aqueles cuja alma já não lhes pertence, que vão sendo a maioria. Há pouco campo de acção para activismos. E falta de interesse...


É que ainda por cima não sou obrigado a trabalhar de fato, mas há no meu local de trabalho quem opte por tal indumentária... resultado, julgam-se melhores que eu só porque têm melhor aspecto.E claro está, eu muito mais bonito, apesar de tudo. Lol!!!


PS - faz tempo que aqui não vinha...





Eles andam aí. Infelizmente adormecidos, mas andam aí. À espera que um rastilho qualquer lhes dê vida. A única coisa que eu temo é que quando esse rastilho pegar, os direccione para um lado qualquer de forma menos boa... não existe cultura política e a coisa pode descambar em demonstrações inúteis - mas isso é outro assunto.


Realmente a utilização diária de fato e gravata é uma coisa estranha, embora haja quem goste.


Existem alguns que acham que uma roupinha os faz mais que outros, esses são parolos. Para mim, a utilização de fato e gravata é a mesma coisa que usar fato-macaco ou bata, ou coisa assim... mas uma coisa é certa: existe uma experiência que vi numa fas muuuuuitas formações que recebi e que achei deveras engraçada - é uma daquelas que até tu podes fazer.


Numa ponte estreita estão dois homens vestidos "casual" e, à conversa, interrompem a circulação. As pessoas, para passarem, não fazem muita coisa, simplesmente passam com um ar mal encarado (que é que estes gajos estão aqui a fazer?)


Mais tarde, um dos homens está de fato e o outro continua "casual". As pessoas, para passarem, pedem licença ao himem de fato e passam de costas viradas para o outro.


Por último, os dois estão de fato e as pessoas que passam, fazem-no por forma a nem sequer lhes tocarem, baixando a cabeça depois de pedirem licença.


Não, não é na Índia, é em Lisboa ou Nova Iorque...


É estúpido, mas é assim.


Não concordo quando dizes que se julgam melhores porque têm melhor aspecto. O melhor ou pior aspecto depende de quem nos vê e nós, contrariamente ao que pensamos, não vestimos o que queremos: vestimos o que queremos que os outros vejam, da forma que queremos que eles nos vejam. É por isso que tu estás sempre mais bonito... ()


Por último: faz tempo que aqui não vinhas? Também eu... Agradece à Maria José ter ressuscitado este forum...



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11mjpereira wrote:


Continuo a pensar que não vale a pena tentar mudar o mundo pois ele não que ser mudado,temos de fazer uma mudança é em nós próprios,se cada um de nós se analizar , vêr a sua forma de conduta durante o dia , se perguntar o porquê das situações que o levaram a esses actos , e quando novos surgirem tentarem modificar essas impressões vamos estar a mudar os vários comportamentos nefástos que pos vezes temos, ao fazermos isso concerteza que as pessoas que estão envolvidas no nosso meio também vão ser beneficiadas, isso para mim é partilha , amor dado ao próximo ainda que ele não se aperceba do nosso esforço de transformação e de dádiva   


Também acho que a principal mudança vem de dentro de nós próprios.


Mas também acho que somos um animal estranhamente egoísta e que, assim sendo, necessita de pontos comuns de interesse de mudança.


Aí, sim, temos a revolução.



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Senhor Anónimo Teixeira wrote:
  Também acho que a principal mudança vem de dentro de nós próprios. Mas também acho que somos um animal estranhamente egoísta e que, assim sendo, necessita de pontos comuns de interesse de mudança. Aí, sim, temos a revolução.


 


Temos de ser revolucionários , sem duvida começando por nós próprios não nos deixando arrastar pelo que os outros dizem ou fazem.A sociedade é a extenção do individuo, tal como nós somos é a sociedade. No entanto encontramo-nos hipnotizados pensamos que controlamos a nossa vida, que sabemos tudo,mas somos tão bébeis,se alguem nos minimiza ficamos deprimidos, se pelo contrário nos elogião ficamos felizes, não contramos os nossos estados interiores se somos  levados da felicidade á tristeza com uma simples palavra o que podemos fazer realmente.



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11mjpereira wrote:


se alguem nos minimiza ficamos deprimidos, se pelo contrário nos elogião ficamos felizes, não contramos os nossos estados interiores se somos  levados da felicidade á tristeza com uma simples palavra o que podemos fazer realmente.

Olha o cacto...

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Eles andam aí. Infelizmente adormecidos, mas andam aí. À espera que um rastilho qualquer lhes dê vida. A única coisa que eu temo é que quando esse rastilho pegar, os direccione para um lado qualquer de forma menos boa... não existe cultura política e a coisa pode descambar em demonstrações inúteis - mas isso é outro assunto.

Como os jovens franceses queimadores de carros...

Um beijo

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lia wrote:


Como os jovens franceses queimadores de carros... Um beijo


Pois... nem mais.


Tenho andado para escrever qualquer coisa acerca do assunto no "Palavras" mas... é tão extenso, isto.


Falar acerca de todas as causas, condicionantes, ansiedades e medos que, no fim, hão-de acabar por transformar este mundo numa guerra...


Já comecei mas não sei se vou acabar...



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Maçarico

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Falar acerca de todas as causas, condicionantes, ansiedades e medos que, no fim, hão-de acabar por transformar este mundo numa guerra...


Essa guerra é milenar. Está sempre a acontecer. Felizmente, ou infelizmente, escolham vocês, ela desenrola-se mais por outras paragens do que cá no Ocidente.


Babylon will fall... don't worry. But, another one will rise in it's place...


Não há volta a dar à coisa.


 



-- Edited by king_samsa aka jigoku at 23:40, 2005-11-12

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Kaijyû Kyôdai


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Olá King, por onde tens andado? nunca mais te vi no sapinho.


beijos



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