- "Ao convento! ao convento!" - Uiva de longe o vento. É noite. E a multidão, descalça, esfomeada, à luz de archotes, sobe a ladeira empedrada, praguejando e gritando: - "Ao convento! ao convento!"
A onda do povo cresce e galga num momento. Chispam ferros no ar. A porta, chapeada de bronze, range, oscila e cai à machadada. Nem um frade. Deserta a casa de S. Bento.
A multidão convulsa invade a portaria: - "Fogo ao convento! fogo à igreja, à sacristia!" O incêndio lavra, estoira o vigamento a arder.
Em baixo, o povo dança. E uma mulher grosseira grita, rouca, atirando um Missal à fogueira: - "Tanto livro, e ninguém nos ensinou a ler!"