Já se escreveram muitos livros e muitas conferências foram dadas, no entanto a verdadeira sabedoria nunca foi transmitida pelo Homem pois a verdadeira sabedoria não é transmissível verbalmente, ela tem de ser encontrada dentro de cada um de nós, experimentada e fortificada, mas se o despertar em si mesmo por definição não pode ser ensinado, o conhecimento sim, esse pode ser transmitido e é o caminho que nos conduz à sabedoria. No entanto todo o conhecimento pensado e exprimido por alavras é parcial , como é demonstrado pelo princípio de polaridade de que todas as verdades são só meias verdades, carecem de totalidade, de unidade, em tudo o que é transmitido existe dualidade. É como se para explicar o Universo o mesmo tivesse de ser dividido em dois, como por exemplo há o Mundo e a Eternidade Sansara e o Nirvana, os pecadores e os iluminados,utilizamos sempre um termo de comparação para atingirmos um objectivo, e tudo isto acontece pelo nosso adormecimento, , vivemos num mundo de ilusão e não nos apercebemos da verdadeira realidade, no entanto se ao olharmos para uma pedra pensasse-mos que qualquer dia a mesma poderá ser terra, mais tarde tornar-se planta, animal,Homem ou espírito e voltar a terra seria mais fácil entendermos que a cadeia de vidas é continua, como simples parte de uma só vida do indivíduo. Em toda esta transformação há unidade, há unidade num pecador que já trás um iluminado dentro de si, há unidade num recém-nascido que já traz a morte no seu interior, há unidade num moribundo que já tem consigo a vida eterna. O Universo é unidade e não existe o tempo.É possível a todo aquele que aprende a silenciar a mente, poder praticar a meditação perfeita e alcançar a contemplação interna, nesse instante pode abuir o tempo e ver o passado o presente e o futuro e então poderá entender a unidade e a aprender a amar o Mundo e a não compara-lo com qualquer desejo imaginário. Pois o Homem não é apenas um ser Planetário ou Terrestre, ele é acima de tudo Universal e Cósmico, no entanto para poder vir a conquistar essa condição há muito perdida, terá de desenvolver em si mesmo o seu proprio Universo.
A bi-polarização das coisas, dos valores, deve-se, antes de tudo, à nossa condição morfológica: temos um cérebro dividido em 2 hemisférios, um corpo dividido em duas partes, uma esquerda e uma direita, enfim, fazemos as coisas à semelhança do nosso corpo - dividimos as ruas, as praças, as cidades e, porque não, o mundo em dois, a preto e branco e dizemos que dois é perfeito, três é demais.
Existem algumas coisas que me fazem pensar no assunto e muitas delas são picuinhices próprias de quem não tem mais nada para fazer mas, vendo bem, não as acho assim tão descabidas.
Vejo, por exemplo, que nas mais diversas correntes de ficção científica - literatura que, não raras vezes, trata da existência de deus ou da sua possibilidade fora do Homem - a existência de culturas extra-terrestres e afins tem quase sempre como premissa esta mesma dualidade. Esquecem-se simplesmente que poderão existir culturas - mesmo cá na terra - em que, por exemplo, a base de contagem não seja decimal (como existe na Inglaterra e nos Estados Unidos, por exemplo, em que a base é o 8).
A base decimal deve-se apenas ao facto de termos 10 dedos nas mãos, uma esquerda e outra direita. Os casos em que a base é o 8, provavelmente serão devidos à não utilização do polegar, por algum motivo, e estes são excepção à regra. Durante anos, na Europa, a unidade de comparação com a centena era o vinte - ainda hoje, por exemplo, na França, 80 são quatro vintes -, simplesmente porque era o total de dedos no corpo humano que servia de "ábaco".
Bom, aonde quero eu chegar? Quero chegar ao ponto de falarmos de seres fora do nosso universo conhecido. Quem nos garante que o seu sistema é igual? Supõe que dás com um ser que tem cinco braços e números diferentes de dedos em cada um deles, um cérebro composto por 3 partes desiguais e com funções distintas: o seu método de cálculo seria completamente diferente e os seus próprios valores, a sia racionalização do que o envolve, seria naturalmente diferente.
Porque é que digo isto? Porque penso que, para o Homem se universalizar, tem que primeiramente passar a considerar que nem tudo é feito à sua volta, imagem, medida e compreensão. Nós não temos que compreender tudo.
A compreensão do nosso universo sofre, por vezes, um processo semelhante: o de reconhecer na diversidade dos outros formas diferentes de apreensão das mesmas realidades sem sermos brigados a compreendê-las. Questioná-las, sim, evidentemente; duvidar, por em causa, concerteza - mas não somos obrigados a compreender porque simplesmente podrá não haver nada a compreender.
A conquista da universalidade, tendo em conta a forma como a expões (num plano "divino particular", digamos"), tem essa dificuldade: a de nos colocarmos em sintonia connosco próprios, depois com os outros e, por fim, com a natureza em si.
São 3 estágios particularmente difíceis para quem se veja, por norma, "obrigado" a pensar nas correlações. Aparentemente simples, por sermos indubitavelmente parte desse mesmo universo, a coisa apresente mais dificuldades do que pensamos: trata-se, assim, de conseguir fazer parte de algo que não compreendemos necessariamente mas que aceitamos como tal.
A isto chama-se fé. Em quê? Como diriam os Masai quando se lhes pergunta "Qual Deus?" e respondem: "Tanto faz..."