Provavelmente vou dizer uma grande barbaridade, mas a verdade é que estive a pensar e cheguei à brilhante conclusão de que não é tão apropriado falar-se de tradição judaico-cristã como de tradição judaico-paulã. Isto porque grande parte da moral dita cristã - nomeadamente a moral sexual - assenta nos ensinamentos de S. Paulo (que por acaso não conviveu com JC em vida) e não em nada que esteja relatado pelos evangelistas como ideia de Cristo. É por isso, acho, que a confusão é imensa...
Sem falar na tradição judaico-cromo/papagaica pois na actualidade a grande responsabilidade de não se distinguirem os contextos que diferem entre si em 2000 anos é mesmo desses cromos/papagaios...
Gostei da tradição judaico-cromo/papagaica... acho que a grande dificuldade está em pensar sem afrontar o Deus bíblico... é um Deus medonho e terrífico, acho eu, que pune quem não acredita nele daquela exacta maneira. Faz-me lembrar a minha irmã, que em miúda costumava perguntar ao nosso irmão mais novo "gostas de mim?"; a resposta era invariavelmente um "não" redondo e firme, ao que se seguia uma tareia da miúda sobre o petiz e de novo a pergunta "e agora, já gostas de mim ou ainda não?"... felizmente ela percebeu a tempo que assim era difícil ele algum dia gostar dela - e então começou a cortar-lhe o cabelo e a dar-lhe brinquedos e hoje dão-se muito bem.
O Deus bíblico parece não ter passado dos 5 anos... a lidar com crianças de 2.