Construí-te devagarinho pedra a pedra com as palavras que não disseste. Moldei-te no vazio do teu silêncio, à minha medida, e pintei-te com gestos de sonho. Fiz em mim a tua imagem perfeita, completa, e envernizei-te com a paixão a que chamaste louca.
Quando chegaste não te vi: olhava deslumbrada a minha obra. Presa a ela deixei-te fugir.
No fim de tudo resta a mágoa de teres levado também a tua imagem…