Sentei-me na varanda à espera que a felicidade me caísse do céu aos trambolhões Passou uma lua passaram duas mas todos os deuses conhecidos e desconhecidos a quem me dirigia pareciam ter-se esquecido de mim
Uma noite já perto do amanhecer quando as estrelas se recolhem e os fantasmas se passeiam de guarda-chuva na mão o meu desejo realizou-se a felicidade caiu-me ao colo vinda do céu aos trambolhões
Sofreu várias esquimoses algumas escoriações e fracturou três costelas
Hoje sentada à cabeceira da cama da felicidade no meu novo papel de enfermeira cuidadosa peço de novo a todos os deuses conhecidos e desconhecidos que não se esqueçam de mim e espero com certo receio e alguma impaciência que chegue finalmente a hora mágica de me libertar de tanta felicidade.